Oregãos
A lenda diz que foi a deusa Afrodite que os inventou, dando-os aos homens para estes serem felizes. Na Antiga Grécia eram colocados nas campas para dar paz às almas que partiam mas também eram utilizados para fins medicinais. A verdade é que têm vindo a cativar o paladar de várias culturas.
Os simples orégãos escondem inúmeros benefícios para a saúde. São normalmente consumidos secos pois o seu aroma e sabor estão mais intensificados, no entanto veem o seu poder antioxidante reduzido, segundo um estudo efectuado nos Estados Unidos. Algo que acontece com qualquer tipo de erva aromática que sofra este processo (exemplo, tomilho e alecrim).
Os orégãos são uma excelente fonte de vitamina K, vitamina A, vitamina B6, vitamina C (quando frescos), vitamina E e folato. São também uma fonte importante de manganésio, que juntamente com o cobre são co-factores de uma enzima com poder antioxidante, potássio, cálcio e ferro. Não nos podemos esquecer da riqueza em fibra e da presença de ácidos gordos ómega-3.
Alguns compostos do óleo essencial dos orégãos, como o timol e o ácido rosmarínico possuem propriedades extraordinárias para a saúde: antibacterianas, antioxidantes, antibióticas e antifúngicas. Se falarmos noutro composto, o carvacrol, adicionamos propriedades anticancerígenas, anti-inflamatórias, hepatoprotectoras, analgésicas e antiplaquetárias.
Coentros
Falemos agora de coentros, cuja história atravessa diversos continentes e vários séculos, mas cujo sabor característico não agrada a todos. São muito utilizados no sul de Portugal… com toda a certeza que já os associou a uma bela açorda alentejana! No entanto, tanto no Alentejo como no Algarve, existem diversos pratos onde os coentros são reis e senhores. Já no norte do país, é a salsa que reina em todo o seu esplendor.
Em termos de composição nutricional, existem diferenças caso estejamos a falar das sementes ou das folhas. As sementes são ricas em fibra, cálcio, selénio, ferro, magnésio e manganésio. Enquanto que as folhas, a parte mais consumida da planta, são uma excelente fonte de vitamina K, vitamina C, vitamina A, vitamina E, folato, vitamina B2, ferro, manganésio e potássio. As folhas são também uma óptima fonte de beta-caroteno, luteína e zeaxantina com efeitos benéficos na saúde ocular.
O óleo essencial possui diversos compostos com propriedades antibacterianas, desintoxicantes, anti-sépticas, antibióticas e antifúngicas. Alguns compostos apresentam acção antioxidante e anticancerígena, ajudam no processo digestivo, estimulando o correcto funcionamento do fígado e vesícula biliar, prevenindo náuseas, vómitos e outras desordens gástricas.
Manjericão
Acabamos o trio com o manjericão, erva aromática nativa da Índia, que chega à Península Ibérica devido às invasões árabes. Conhece o manjerico que se oferece com um poema de amor à pessoa amada, nas festas de São João e Santo António? Pois bem, é uma das 150 variedades de manjericão existentes no mundo.
O manjericão é uma excelente fonte de flavonóides, compostos com poder antioxidante. O seu óleo essencial contém compostos como o estragol e linalol com propriedades antibacterianas, impedindo o crescimento de diversas estirpes de bactérias. A outro componente do óleo, o eugenol, associam-se propriedades anti-inflamatórias.
É uma excelente fonte de vitamina A, pela sua concentração em beta-caroteno, um percurso da vitamina com propriedades antioxidantes. Ele previne o envelhecimento, melhora a visão nocturna, confere elasticidade à pele, entre outras acções.
O manjericão é rico em magnésio que juntamente com o cálcio, também presente na planta, ajudam na regulação da pressão arterial e contracção muscular. Além do referido, o magnésio regula os níveis de cálcio e estimula a produção de insulina, hormona que controla a glicemia (níveis de açúcar no sangue).
Vitamina K, vitamina C, manganésio, cobre, ferro e folato também estão presentes no manjericão em quantidades significativas.