“Por detrás de cada vinho, esconde-se uma história, um gosto, uma cultura, um sonho”. A história da Quinta Monte d’Oiro deve-se ao sonho de José Bento dos Santos, reconhecido gastrónomo, com profundo interesse pelo sentido do gosto e pelo culto da gastronomia, em permanente descoberta das harmonias entre vinho e comida. Adquiriu-a em 1986, em 1990 inicia o projeto vitivinícola da Quinta do Monte d’Oiro e, desde a primeira colheita em 1997, produz vinhos de prestígio nacional e internacional.
Fomos conhecer os vinhos, a história e o sonho concretizado da Quinta Monte d’Oiro. Localizada na região vitivinícola de Lisboa, no concelho de Alenquer, é uma referência na produção de vinhos notáveis e deve o nome ao monte que reflete os tons dourados do pôr-do-sol. Fomos recebidas pelo Francisco Bento dos Santos, filho de José Bento dos Santos e diretor geral, pela Sophie Mrejen, responsável pela área comercial, e ainda pelo vento, sempre presente, pois a Freguesia chama-se Ventosa! Explicam-nos que o vento é fundamental para a diferenciação do vinho aqui produzido, pois contribui para a robustez da vinha (seca o solo e obriga a raiz da videira a crescer em profundidade, formando uma planta mais forte).
Dos 42 hectares da Quinta Monte d’Oiro, 20 hectares foram replantados com as castas Syrah, Viognier, Marsanne e Petit Verdot (importadas das regiões originais em França) e com as castas portuguesas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Arinto, com o objetivo de produzir vinhos com mineralidade, frescura, elegância e complexidade, profundamente gastronómicos. O terroir privilegiado, com solos argilo-calcários e microclima mediterrânico, com forte influência atlântica e vento em permanência, permite uma maturação lenta das uvas e a preservação dos aromas das castas. A equipa técnica é liderada pela enóloga Graça Gonçalves (Mestre em viticultura e enologia – Instituto Superior de Agronomia) e conta com a consultoria do francês Grégory Viennois (diretor técnico dos vinhos Laroche).
De salientar que a viticultura na Quinta Monte d’Oiro é 100% biológica, com processos de vinificação suaves, com apanha manual das uvas, privilegiando a pureza da fruta, e estágios em madeira nas melhores barricas de carvalho francês. Esta filosofia tem permitido atingir, colheita após colheita, resultados de excelência. A produção anual de 70/80 mil garrafas destina-se na maior parte para exportação (Europa, Estados Unidos, América do Sul, Angola, China). Para Macau produz a marca própria de vinhos para o Hotel MGM e, em Portugal, para os restaurantes do Chef José Avilez (que começou o seu percurso profissional na Quinta) e do Chef Kiko Martins.
A Quinta Monte d’Oiro integra o projeto Lisbon Family Vineyards, com a Quinta Chocapalha e a Quinta de Sant’Ana, produtores que se juntaram para promover os seus vinhos e a região de Lisboa. Para o futuro, o desafio é consolidar o mercado nacional e conquistar novos mercados, paralelamente com o desenvolvimento da vertente enoturística, aproveitando a cozinha, as salas de refeições e de provas, o centro de conferências, para a organização de refeições, provas, workshops, reuniões e todo o tipo de eventos. No final da visita à Quinta Monte d’Oiro, provámos os vinhos e o difícil foi eleger o melhor, entre Lybra (branco, rosé e tinto), Têmpera, Aurius, Madrigal e Reserva. A única certeza é que estes vinhos nos ficaram na memória!
É um encanto ler estes artigos e saber que temos gente que leva o melhor de Portugal aos 4 cantos do planeta.
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