Braga, Comer Fora, Restaurantes, Zona Norte
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Diana Restaurante

A emigração é um termo que todo o português conhece. Não só pelos dias que correm, mas mais sim pelos que já correram. Certamente, todos conhecerão algum corajoso que se meteu num avião ou barco de mala às costas à procura de algo mais. Para mim, são ainda mais corajosos aqueles que voltam, que deixam tudo o que demorou a construir para trás e começam de novo, ao ritmo de outros sabores.

Irene e Fernando são um excelente exemplo. Após décadas em Londres, atrás do balcão do restaurante Moinho, um pequeno oásis gastronómico de Portugal nas chuvosas terras britânicas, decidiram partir de malas e bagagens e voltar à querida pátria. E aí surge o Restaurante Diana, em pleno centro de Braga, com o número 172 nas costas da camisola da Rua Frei Caetano Brandão.
Mas afinal, quem é a Diana? A menina dos olhos deles, como seria de esperar. E posso-vos dizer mais, é a responsável pelas cadeiras rosas que, em conjunto com as azuis, amarelas e verdes dão toda uma outra vida ao espaço. Neste abundam os contrastes fortes entre o rústico da pedra e o moderno das paredes brancas, os candeeiros dourados e esguios e as volumosas molduras que iluminam as camisolas dos amigos, jogadores portugueses dos tempos londrinos.
Uma coisa é certa, tudo atrás do balcão tem o dedo do Fernando, e à frente a simpatia da Irene. Nota-se a vontade e o gosto de bem servir, assim como o orgulho naquilo que fazem. E isso reflete-se na bela refeição que tivemos o prazer de saborear.

Começamos com uma alheira à brás de entrada, onde o doce da cebola e do vinagre balsâmico se mistura com o crocante da batata, migas de broa e amêndoa torrada, tudo envolto na suave riqueza do sabor fumado. Seguiu-se a prova de um suculento naco de vitela em cama de legumes salteados, uma doce pera bêbada e molho agridoce de frutos vermelhos com mirtilos. Para terminar esta rica viagem, devorámos o fofo e quente fondant de abóbora, o seu rico e pegajoso interior, habilmente combinado com uma fresca bola de gelado de baunilha e uma fatia de pitaia.

Foi uma viagem de ida, mas tenho a certeza que em breve haverá uma de volta.

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