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Boca Café

Lisboa floresce a cada esquina, surpreendentemente atraente saciada por frescas ideias e determinadas perspectivas.
Boca Café é um dos mais recentes projectos que habita a Rua de São Bento, numa zona crescente em espaços e vivência, num quarteirão que se encontrava semi-desocupado e esquecido. Valorizado por projectos de reabilitação e estruturas criativas, a rua tem vindo a tornar-se mais elegante e atraente.

Para quem conhece o percurso do eléctrico 28, onde o vai e vem do som típico da campainha ou dos travões desajustados, se cruzam numa azáfama Lisboeta que nos aspira a permanecer em espaços de breves silêncios e prolongado conforto. O Boca Café é um espaço bem resolvido, a entrada espreita um corredor comprido onde as arrumadas mesas de madeira se aconchegam confortáveis num ambiente acolhedor em tons escuros. Nas prateleiras altas há objectos dispersos e curiosos que nos vão comunicando variadas memórias. Ao fundo, o bar avista-se encaixado numa outra sala onde o balcão convida a beber um dos cocktails da carta. Aconselhados, abraçámos o Bloody Mary com sorvete de wasabi e a Margarita de maracujá, deliciosamente cuidados e apresentados.
É nesta sala que nos damos conta que existe um pátio, uma aconchegante esplanada, um futuro bar, espaço para eventos e muito céu que irá vigiar as noites quentes de verão.

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O Boca Café mostra-nos uma carta simples, onde as escolhas partilham sabores nas diversas entradas e em duas escolhas principais da carta, o naco do mar (naco de rabilho dos Açores) ou o naco da terra (naco de Red Angus). Em companhia, três molhos à escolha e cinco guarnições intencionalmente elegidas.
Das várias entradas escolhemos as saladas adversas em seus contextos e ritmos. Salada Boca Café, preparada com coração de alface, alcaparras, anchovas e azeitonas galegas, pequenos apontamentos de parmesão, tudo bem envolvido em azeite. A salada Vietnamita com legumes vários de inspiração asiática, molho de soja e camarões salteados em óleo de sésamo tostado.
Seguido pela frescura das entradas, optámos pelo naco de rabilho, de tom menos avermelhado, natural da qualidade deste atum. Textura rica e sabor aveludado, os nacos são servidos em pedras mármore aquecidas, fazendo-se acompanhar por maionese de lima caseira e uma redução de vinagre balsâmico. Apesar das várias guarnições aliciantes, o puré de boletos selvagens com tomilho e o risotto de açafrão e lima foram os vencedores numa atracção de opostos deixando de parte as batatas partidas com salsa brava, os espargos verdes e a batata nova com trufa negra ralada e cebolinho, opções que encaixam na perfeição como acompanhamento do naco de Red Angus.

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As sobremesas caseiras como o créme bruleé com poejo, ou a Copa-Boca feita com mascarpone, frutos vermelhos e merengue arregalaram-nos os olhos, mas acabámos por nos render ao sabor do chocolate belga gelado com espuma de cacau e avelãs, em mimoso contraste a degustação do sorvete caseiro de manjericão e limão, super fresco e cremoso.
Boca Café é um projecto em início de carreira, rodeado de bom gosto, bem estruturado e envolto em crescentes projectos. Uma carta assumidamente assertiva nas suas opções e em escolhas bem-sucedidas.

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