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Miss Pavlova

Ao descer a rua do Almada, antes de chegar ao Largo dos Lóios, entramos na loja Almada 13, um espaço cheio de boas ideias e sugestões em design, decoração e acessórios de moda. E ao percorrer essa loja, que ao fundo chegamos à Miss Pavlova, uma sala com estilo industrial-chic, bem decorada e confortável. Aí, reparamos numa vitrina composta por maravilhosas pavlovas, dignas de terem sido criadas pelo Walt Disney ou feitas para Maria Antonieta. No entanto, a história desta sobremesa/tarte é que terá sido criada em honra à bailarina russa, Anna Pavlova, na Nova Zelândia, no início do séc. XX, mas hoje estamos bem no centro do Porto e prontos para provar estas belíssimas Pavlovas.

Ao pairar a vitrina principal da Miss Pavlova, o nosso olhar perde-se entre as ofertas. A mais bela de todas é a Pavlova do Bosque, enquanto para os amantes do chocolate, e eu considero- me incluído nessa categoria, existem duas pavlovas que chamam por nós, a de mousse de chocolate com Maltesers como cobertura, e a seu lado, a de mousse de Oreos, com mini Oreos a enfeitar.

Decido não cair nessa tentação e opto por provar a Pavlova Floresta Negra, também ela com brownie de chocolate e chocolate temperado. E é o sabor a chocolate bom, nem de leite nem negro, sabor a chocolate equilibrado, saboroso e intenso, que perdura no palato assim que começamos a provar… e à medida que a provamos, queremos já o próximo pedaço…

Na mesa, está também a Pavlova Exótica e a comprovar esse exotismo, o curd de maracujá misturado com o merengue, torna a pavlova fresca, leve e dá-lhe o sabor tropical. Aliás, as receitas da Miss Pavlova demonstram um equilíbrio em todos os seus ingredientes, transformando cada lanche ou sobremesa numa experiência muito saborosa e leve. A provar isso, está a Pavlova de mousse de lima, uma autêntica delícia, imagino-a a fazer sucesso como sobremesa num jantar de amigos, fresca, bonita, com raspas de lima, perfeita naquele equilíbrio entre o doce da mousse e o amargo da lima, tão saborosa que voltamos a entrar naquele ritmo de querer sempre mais um pouco!

Este projeto de Ana Maio está perto de fazer 3 anos e o seu sucesso reflete-se no crescimento da marca. Desde as primeiras encomendas nas redes sociais, passando pelos mercadinhos do Porto, Miss Pavlova tem agora espaço próprio e pensa já em alargar para outras cidades.

As pavlovas da Miss Pavlova são perfeitas ao lanche, perfeitas à sobremesa, num casamento e até nas épocas festivas. Brevemente irá ser disponibilizada uma nova receita, a Pavlova de coco, uma edição limitada, que não pode perder e que certamente será de salivar…

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Olá Batatas…doces!

Asterix, Monalisa, Ágata e Elvira não são apenas personalidades de cultura geral mas também são, espécies de batatas. No entanto, como não somos especialistas de batatas, tudo o que procuramos saber é se a batata é branca ou se a batata é vermelha. Até hoje…porque vai começar utilizar a batata doce para tudo!

Sabemos que a batata branca é para cozer e acompanhar um bom bacalhau e que a batata vermelha serve para fritar, de modo a complementar um belo hambúrguer. Com a batata doce, essa divisão acabou e vai poder cozinhá-la das diversas formas. Desde assada, frita e cozida, a batata doce é deliciosa, surpreendente e acompanha bem qualquer prato.

Alia a estas características de salivar, o facto de ser rica em vitamina A, B6, vitamina C, fibras, potássio e cálcio. Além disso, é muito recomendada em dietas, uma vez que fornece valores calóricos de forma equilibrada para o nosso organismo, sem aumentar o açúcar no sangue!

Voltando à preparação da refeição, sugiro que a apresente aos seus amigos frita, cortada às fatias bem finas com casca, ou então, numa primeira experiência, assada, com casca, e sem necessidade de cozer primeiro. É uma delícia!!
Experimente. E não se esqueça de abrir uma garrafa de vinho tinto e colocar um álbum de José González enquanto estiver a preparar essa deliciosa refeição para surpreender os seus amigos.

Batata Doce assada no forno com paprika e oregãos

Para 2 pessoas
2 Batatas doces (amarelas, roxas ou brancas)
1 pitada de Paprika
Oregãos
Sal
Azeite

1. Lave as batatas sem as descascar.
2. Corte em rodelas finas mas não muito.
3. Num tabuleiro de ir ao forno coloque um fio de azeite e disponha (sem sobrepor) as batatas.
4. Polvilhe com o sal, os oregãos e a paprika.
5. Leve ao forno até ficarem douradas (+/- 10 minutos a 180º). Só ficam estaladiças se forem suficientemente finas, ao contrário ficarão sempre moles.

….

Receita, Fotografia e Styling: Cristina Vaz

Bunker

As Docas de Santo Amaro, depois de uns anos mais conturbados, estão pacificadas. É agora um local de famílias e de vida saudável, onde os olhos e o espírito podem descansar sobre o rio Tejo. No entanto, dizem que há outra guerra por aí. Mas nas Docas de Santo Amaro pode encontrar o lugar seguro. A guerra é dos hambúrgueres e o Bunker o novo restaurante.

Inaugurado a 27 de Abril, no Armazém 7 das Docas de Santo Amaro, o Bunker, tem 90 lugares “de vigia” para o Tejo e outros tantos mais resguardados. Prometem não dar tréguas aos apreciadores de hambúrgueres.
Com um ambiente descontraído e confortável, as armas expostas são tábuas e frigideira e há um Jeep Willy para dar as boas vindas. A carne vem dos Açores e a divisa do Bunker é “No Bullshit Kitchen”.
Se olhando o Tejo podemos perspetivar futuros desejados, no interior, os grandes ecrãs passam fitas a preto e branco de clássicos do cinema que retratam a Segunda Grande Guerra. Mas este Bunker é um local de paz. Onde todos que vêm com o propósito de celebrar o hambúrguer são bem-vindos.

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Passatempo | Kaffa Cafés

A Kaffa Cafés  tem o prazer de oferecer aos nossos fãs 1 máquina de Café (cor branca) + 4 caixas de café Kaffa.

O que precisa de fazer?
– Ser fã do Saliva e da Kaffa Cafés
– Comentar o post do passatempo no Saliva com uma frase criativa que envolva Kaffa Cafés e Saliva.

Pode participar até dia 08 de Maio às 15h00.
Os resultados serão divulgados no dia 11 de Maio às 15h.

Regulamento
1. Cada seguidor poderá participar apenas 1 (uma) vez;
2. O passatempo começa no dia 04 de Maio às 15h00 e termina no dia 08 de Maio, às 15h00;
4. O vencedor será anunciado no dia 11 de Maio, às 15h00, na página de Facebook do Saliva;
5. A frase mais criativa será escolhida por um representante da Kaffa Cafés;

6. A máquina de Café + 4 caixas de café serão enviados por correio para o vencedor, após este enviar os seus dados (nome, morada e telefone) para o email info@saliva.pt até dia 17 de Maio. Se tal não acontecer, será escolhida novo vencedor.

Boa sorte!

Kaffa Cafés

Cheio ou curto, pingado ou duplo, frio ou quente, com ou sem açúcar…
Sim, estamos a falar de café! Provavelmente uma das bebidas preferidas de todos nós e indispensável para combater aquele sono matinal que teima em permanecer… A qualquer hora do dia, o aroma de café não deixa ninguém indiferente!

Já lá vai o tempo em que para beber um bom café era preciso sair à rua. As máquinas e as cápsulas de café revolucionaram as nossas vidas, trazendo para dentro de casa o prazer de saborear um café expresso sempre que nos apetece. Com a curiosidade que nos caracteriza, o Saliva aceitou o desafio da Kaffa Cafés e fomos conhecer esta empresa 100% portuguesa especializada na produção de café encapsulado.

A história da Kaffa Cafés nasce com a paixão da família Teles pelo café que, desde 1900, plantava e comercializava café no Brasil. Em 1905 inauguram o café Brasileira em Lisboa, no Porto e em Coimbra, e, na década de 60, é criada a Cafa Armazéns de Café, Lda., empresa de torrefação e comercialização de café. O herdeiro e atual presidente da Galvão & Noronha, Óscar Telles de Noronha Galvão, dando seguimento ao negócio de família, garantiu a existência atual da marca Kaffa Cafés.

Quando entramos na fábrica de Trajouce, a primeira sensação é o intenso cheiro de café. Aqui tivemos a oportunidade de perceber o admirável mundo da cápsula. Com 7 linhas de encapsulamento, a fábrica da Kaffa Cafés produz uma média mensal de 17 milhões de cápsulas de café! As cápsulas são compatíveis com diferentes máquinas (Nespresso, Delta Q, Dolce Gusto, Lavazza Point, Expresso Cap, Martello) e também com o sistema Kaffa que, além de uma máquina própria, disponibiliza 6 blends diferentes: Bogotá, Manaus, Goa, Kampala, Bio e Decaf. A Kaffa Cafés conta também com uma outra unidade fabril no Brasil (Ribeirão Preto).

Na fábrica entra diariamente uma média de 4 toneladas de café vindo de todas as partes do mundo. A inovação e a excelência da Kaffa Cafés estão no processo de torrefação de elevada qualidade, a par das melhores combinações de diferentes origens de café, destacando-se os blends Bio (produção agrícola que limita o uso de pesticidas e fertilizantes químicos) e Decaf (obtido através de um método de descafeinização natural do café, sem aditivos químicos).

As cápsulas da Kaffa Cafés são produzidas em polipropileno (polímero 100% reciclável), tendo 5 distinções de qualidade e segurança alimentar, incluindo a UTZ (certificação mundial para a produção agrícola e o fornecimento responsável de café, cacau e chá). A fábrica conta ainda com um laboratório de análise, investigação e controlo que garante a qualidade do produto, exportado para todo o mundo. Além de estar presente nas grandes superfícies, podemos encomendar comodamente as cápsulas da Kaffa Cafés na loja online.

Não temos dúvidas que as cápsulas de café vieram para ficar e que mudaram a nossa forma de consumir café. Práticas e simples! A Kaffa Cafés é uma excelente alternativa às marcas mais conhecidas e se quisermos personalizar os cafés das cápsulas a Kaffa Cafés está recetiva aos desafios!

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The Insólito

Insólito: que não é costume, incomum, fora do normal, novo, raro, singular… São algumas das palavras que dão significado ao Restaurante & Bar The Insólito.
Pertence ao grupo The Independente Collective que alberga o hostel de luxo mais famoso de Lisboa, e situa-se de frente para o Miradouro S. Pedro de Alcântara na Rua S. Pedro de Alcântara, número 83. Dados suficientes para ficarmos com a “pulga atrás da orelha” e queremos saber sobre este espaço.

Assim que colocamos o pé no primeiro degrau que dá entrada ao edifício, somos transportados para outra realidade com pano de fundo bordeaux. Um imponente lustre paira sobre nós, qual polvo gigante, que nos recebe de tentáculos abertos, ao fundo, uma escadaria sem fim cujo corrimão se entrelaça até ao último piso, do lado esquerdo poltronas, que aguardam connosco a vez de subirmos ao 3º andar, e um infindável conjunto de pormenores interessantes que necessitam de tempo para os aprofundarmos…

Aqui tudo é fora do normal, mas ao mesmo tempo, natural… O ambiente boémio aliado à arquitectura palaciana leva-nos a imaginar como seriam as gentes que aqui viveram, o que fariam, como se vestiriam, será que também tinham alguém a recebê-los e a encaminhá-los para o elevador com um sorriso nos lábios?

Agora sim, chegou o momento que não esperávamos, o ascensor com mais “pinta” da cidade!

Por momentos achei que quando saísse do outro lado da porta, qual programa de televisão, ia estar vestida com roupa alusiva à decoração envolvente. Aconselho uma viagem nesta pequena máquina do tempo!

Eis que chegamos, e mais uma vez somos recebidos com toda a simpatia e dedicação. Do lado direito encontra-se o bar e no esquerdo uma ampla sala de refeições, mas não ficamos por aqui, a nossa mesa espera-nos na varanda com uma vista privilegiada sobre a cidade de Lisboa. Ficámos conquistados e ainda nem provamos o que sai da cozinha liderada pelo Chef-Executivo Nuno Bandeira de Lima.

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No capítulo das entradas a escolha recaiu nos pastéis de polvo com coulis de pimentos e rodelas de batata-doce roxa e amarela totalmente estaladiças, e ainda fomos agradavelmente surpreendidos por um gelado de ostras, criado em parceria com a marca Santini.

Seguimos destino para os pratos principais, com o Líber’atum, dos Açores, braseado com pó de azeitona, servido com batata-doce, cogumelos shimeji (a minha nova paixão) e molho de soja doce e, O Bife, um faustuoso lombo de novilho corado em azeite, molho demi-galce & shimeji (já referi como estes cogumelos são fantásticos?), batatas fritas a dois tempos, salada de couve roxa, rúcula e gema confitada. Acho que não é preciso dizer mais nada, os pratos falam por si…

Existem 4 pratos de peixe e outros 4 de carne para escolher, bem como uma variedade de ostras e ceviches na categoria Da Barra, e carpaccio de pato fumado, tártaro de novilho, empada de javali entre outras entradas, para apreciar juntamente com um copo de vinho, gin ou cocktail, com ou sem álcool, criteriosamente elaborados no bar referido anteriormente. Sim, pode vir apenas usufruir do bar e relaxar com a maravilhosa vista para Lisboa.

Seguindo para as sobremesas, fomos aliciados pela palavra Miss que remete para concursos de beleza, e esta sobremesa ganhou, sem margem para dúvidas, o título de Miss Simpatia, pois deixou-me com um sorriso de orelha a orelha assim que provei a primeira colher! Já nos tinham avisado que era “A” sobremesa e, mais uma vez, fomos muito bem aconselhados. A Miss de Chocolate é uma mousse de chocolate com amendoins wasabi e salame de chocolate! Oh Meu Deus! É a divindade dos doces de chocolate! O que poderia saber melhor do que mousse e salame na mesma tigela? Ainda por cima com uma crocância espetacular conferida pelos amendoins wasabi!

A decoração, a comida, o serviço e toda a equipa estão completamente em uníssono com o conceito peculiar que o The Insólito apresenta. Tudo funciona em conjunto e nada é deixado ao acaso, no sentido de proporcionarem um momento único a quem os visita.

Sentimos quando algo é feito com paixão!

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Os Chef’s da semana são | Ricardo & Bruno

Chef Ricardo e Chef Bruno trabalham em dupla no restaurante Maratona, nas Caldas da Rainha. São reflexo de rasgos criativos, de profissionalismo nas suas técnicas e na integração dos valores que os acompanham. Com percursos bastante diferentes, desaguam numa mistura de ideias expressa em resultados admiráveis.

Chef Ricardo, formado em Artes Plásticas nas Caldas da Rainha, vem do Porto. Colaborou em diferentes projectos artísticos, foi (ou é) músico e manteve sempre um contacto próximo com a cozinha. Enquanto estudante, viu-se obrigado a preparar as suas refeições. Foi experimentando e testando, enriquecendo os seus conhecimentos nesta área. Trabalhou num dos primeiros restaurantes Tailandeses em Portugal. Aqui criou as primeiras bases, que hoje em dia tanto influenciam a sua cozinha. Obrigação, vontade, curiosidade e muita pesquisa, foram ingredientes decisivos nesta coesa união. Chegado ao Maratona, foi tomando partido das qualidades que lhe são inerentes, na presente paixão.

Chef Bruno, nasceu no Bombarral crescido numa família ligada à área da restauração. Desde cedo, convicto sobre o futuro da sua carreira profissional, enquadrou a paixão pela cozinha. Formado em restauração, percorreu algumas casas pelo país em pequenos estágios e formações. Esteve tendencialmente ligado à pastelaria. Chegado ao Maratona faz dois anos e meio, integrou rapidamente o conceito do todo.

Chef Ricardo e Chef Bruno, satisfazem a nossa curiosidade assertivamente. Criativa amizade e integra confiança, chave para o admirável trabalho a quatro mãos.

Onde termina a obra de arte e começa a comida?

Chef R – Na Cozinha são três artistas plásticos, já fomos mais. A influência das artes está directamente ligada ao Maratona. A vontade de expressar a arte na comida, é instintiva. Saber conjugar as cores, equilíbrio das formas e dos elementos no prato. Um trabalho cada vez mais consciente. Nos sabores, estão as nossas raízes, as nossas influências, que experimentamos e temos vontade de colocar no prato. Arriscamos, mas não complicamos.

Podemos encontrar as Caldas da Rainha na vossa cozinha?
Chef R   As nossas sobremesas têm alguns elementos típicos da zona, como as trouxas de ovos ou a pêra Rocha.
Chef B – Na qualidade dos produtos, todos os frescos são comprados diretamente ao produtor na praça da fruta.

Doce ou salgado?
Chef R – Prefiro o salgado, mas trabalhar a pastelaria é um desafio interessantíssimo. Fazemos muita pesquisa. Trocamos constantemente ideias na cozinha.
Chef B – Prefiro o doce, mas aprendi a gostar e a observar “o salgado” de outra forma.

O que é fariam a meias?
Chef R – Pescar. Costumamos pescar juntos.
Chef B – Vamos participar num concurso de pesca brevemente.

O que fariam com estes quatro ingredientes? Percebes, café de mistura do Pena, beterraba e pêra Rocha (ingredientes consumíveis nas Caldas Rainha e arredores)
Chef R – Uma salada. Cozia os percebes em água do mar, faria uma redução de café bastante doce (três a quatro pingos, para não preencher a boca com o sabor do café), assava a pêra Rocha e faria um carpaccio de beterraba… Já estou a visualizar o desenho na minha cabeça. Conjugam todos muito bem, o café é um desafio.
Chef B – Eu comeria primeiro os percebes. Faria um bolo de café com doce de beterraba e uma pêra assada.

Ingrediente favorito?
Chef R – Feijão, seja ele qual for.
Chef B – Um bom queijo, um parmesão. Um bom queijo de cabra…um bom copo de vinho… (risos).

O que é para vocês uma cozinha a quatro mãos?
Chef R – Na nossa cozinha somos cinco elementos na confecção. Trabalhamos a 10 mãos. Todos temos de saber fazer tudo o que está na carta.
Chef B – Faltando uma pessoa há sempre alguém que consegue assumir esse papel. Estamos todo ligados, mesmo na criação da carta.

 Se amanhã um de vocês se fosse embora do Maratona, o que levaria do outro?
Chef R – Ficaria triste. Admiro no Bruno a sua humildade, a sua serenidade, o facto de não se aborrecer com quase nada. Isso é muito bom.
Chef B – Sempre admirei a capacidade de liderança do Ricardo, a organização na cozinha e nas encomendas. Levaria um agradecimento enorme, pela entreajuda.

Projectos futuros?
Chef R – Descobri que gosto de ensinar (já dei formação na área das artes) é um desafio muito interessante. Gostaria de dar formação na área da cozinha. É uma hipótese que não está posta de parte.
Chef B – Num futuro próximo, tenho a ambição de participar em concursos de cozinha. Já participei a nível escolar, gostava de representar o Maratona, ou participar individualmente. Estou a pensar inscrever-me no concurso nacional, para o próximo ano. É uma excelente oportunidade para conhecer profissionais que trabalham noutros países e de adquirir novas ideias.

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Gluten Free

Imaginem que, de um dia para outro, vos diziam que teriam de deixar de comer aquele pãozinho branco delicioso, aquela massa estupenda do vosso restaurante preferido ou aquelas bolachas que saboreavam diariamente. Isto tudo devido a um dos demónios alimentares do século XXI: o glúten. É comumente apelidado de “proteína pegajosa” por ser uma espécie de cola que permite juntar a mistura da farinha para fazer massa de pão, mas está presente em todos os alimentos que contenham trigo, centeio, cevada, espelta, bulgur e kamut.

Uma mínima parte da população nasce geneticamente predisposta à doença celíaca e uma outra parte mais significativa cria, ao longo da vida, uma intolerância ao glúten. Os celíacos sofrem uma manifestação mais extrema face ao glúten, sobretudo ao nível do sistema digestivo (intestinal). Eu insiro-me no grupo dos intolerantes ou, melhor dizendo, no grupo de pessoas que fica com uma “varicela” sempre que dá uma trinca num pão cheio de trigo e que tem de dar palestras quase diárias sobre o que é o glúten. Ser intolerante é ter opções muito limitadas no que diz respeito a ir jantar fora, ler tabelas nutricionais a toda a hora, ter que andar sempre com comida permitida na mala e – quando apetece mesmo aquele bolo de chocolate suculento – explicar, no dia seguinte, a toda a gente que não é menino ou menina; é só o inchaço abdominal resultante da reação ao glúten.

Fora essas particularidades, é descobrir um mundo novo, mais saudável e – antes de tudo – criativo. Redescobrem-se sabores, aprende-se a substituir alimentos e inventa-se coisas deliciosas que se pode comer sem a culpa lá no meio. Apesar de tudo, levar a cabo uma alimentação sem glúten é permitir ao nosso organismo ser mais puro.

Panquecas de Arroz Gluten Free

Receita para +/- 4 panquecas
Ingredientes
1/2 chávena de farinha de arroz
2 ovos
1/2 chávena de leite de soja (ou leite de vaca magro)
1 colher de chá de fermento sem glúten
1 colher de chá de linhaça moída
1 colher de chá de canela em pó

Misturar a farinha, os ovos e o leite. Bater bem e adicionar os restantes ingredientes até se obter uma mistura homogénea e sem grumos. Numa frigideira anti-aderente (ou colocar um pouco de óleo de côco) e, em lume brando, deixar dourar as panquecas dos dois lados.

………

Fotografia&Styling: Cristina Vaz
Texto e Receita: Margarida Coelho

Gostou da loiça que usámos nesta receita?
(clique nas imagens e descubra como a pode comprar)

PratoDaTerra1 ChavenaDaTerra1

Estaminé 1955

Quando em 1955 o Sr. Brito abriu a sua leitaria, que é hoje o Estaminé 1955, estava longe de imaginar a tamanha homenagem que iria receber, 4 anos após o fecho da mesma.
Espaço emblemático, sobejamente conhecido por todos os Cacilhences, foi o primeiro estabelecimento de Almada a ter a tão aclamada “caixinha mágica” que proporcionou momentos tão marcantes a todos os portugueses.
Estava encontrado o local ideal para Orquídea Coimbra assentar arreais e começar a dar forma à sua primeira e, bem-sucedida, experiencia na restauração.
A principal preocupação foi a de manter a traça original do espaço, respeitando e perpetuando a sua história. Assim, mantiveram o balcão verde água original, como muitos dos produtos que o preenchem, alguns deles oferecidos pelo antigo proprietário. Os pés das mesas, as cadeiras, o mármore das paredes e até as portas verde água das casas de banho, continuam a fazer parte da decoração.
Aqui o que não falta é originalidade e tradição, como as antigas caixas de fruta de madeira maciça que ornamentam o tecto, a mesa de matraquilhos que dá apoio à cozinha, os tanques de lavar a roupa que servem de lavatório, entre muitas outras curiosidades que vos convido a descobrir. Asseguro-vos que lavar as mãos será uma experiência que nunca mais vão esquecer!
Quem se desloca ao número 130 A da, famosa, Rua Cândido dos Reis em Cacilhas, fá-lo para degustar os mais “típicos” hambúrgueres lusitanos, que se distinguem por representarem da melhor forma a nossa conceituada gastronomia.
Utilizam produtos nacionais e dão preferência ao comércio local, de forma a confecionarem as mais frescas tentações todos os dias. Sempre atentos aos desejos dos clientes, a carta tende a inovar, presenteando quem os visita com produtos e ingredientes novos, como a Carne da Barrosã DOP, premiada com duas medalhas de ouro na feira da agricultura de 2015, a batata-doce frita e os hambúrgueres Edição Limitada.
Neste momento já devem estar com fome, por isso chegou a hora de “dar ao dente”!
Começamos com um “Acepipe d’avó Flor”, diferente todos os dias, desta vez em formato coxinha de frango e, a mais recente aquisição da carta, o deliciosíssimo Caco com queijo de cabra, rúcula, mel e nozes, capaz de converter qualquer um aos encantos do queijo derretido…
Hambúrgueres… Hambúrgueres…
Há-os para todos os gostos e desejos, e cada um deles é uma viagem a uma região do país, ou aos descobrimentos portugueses, como se denota pelos ingredientes que os constituem e lhes dão nome.
Optamos por viajar com o Galo de Barcelos, hambúrguer de frango e alheira d’aves em cama de grelos salteados, queijo edam, cebola caramelizada e ovo estrelado em pão de hambúrguer artesanal, super fofinho… e o Horta do Monte, um dos hambúrgueres vegetarianos disponíveis no menu, feito com grão-de-bico e cenoura em cama de espinafres salteados, queijo mozzarella, aros de cebola frita e maionese de limão, em pão de hambúrguer artesanal, repito, super fofinho…
Há ainda o Tripeiro, naco 100% novilho, linguiça, salsicha, fiambre e queijo flamengo em pão de hambúrguer artesanal regado com molho tripeiro, o Funchalense com banana, presunto, agrião e molho Madeira em bolo do caco… O Estaminé 1955… o Vera Cruz feito com picanha… o Barrosã DOP… para citar alguns… todos acompanhados por batata frita e maionese de alho e ervas.
Quando pensamos que já não conseguimos dar mais uma dentada que seja, eis que surge a expressão “De lamber os beiços” e, o que parecia fácil tornou-se na difícil tarefa de dizer que não a uma mousse de chocolate à fatia, em base de bolacha, ou ao delicioso final, sobremesa que varia diariamente.
Sabemos que a missão do Estaminé 1955 foi cumprida quando nem nos conseguimos levantar da cadeira, com as barriguinhas repletas de tanta nacionalidade.
Podemos afirmar que é com certeza uma casa (de hambúrgueres), genuinamente, portuguesa!

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Boca Café

Lisboa floresce a cada esquina, surpreendentemente atraente saciada por frescas ideias e determinadas perspectivas.
Boca Café é um dos mais recentes projectos que habita a Rua de São Bento, numa zona crescente em espaços e vivência, num quarteirão que se encontrava semi-desocupado e esquecido. Valorizado por projectos de reabilitação e estruturas criativas, a rua tem vindo a tornar-se mais elegante e atraente.

Para quem conhece o percurso do eléctrico 28, onde o vai e vem do som típico da campainha ou dos travões desajustados, se cruzam numa azáfama Lisboeta que nos aspira a permanecer em espaços de breves silêncios e prolongado conforto. O Boca Café é um espaço bem resolvido, a entrada espreita um corredor comprido onde as arrumadas mesas de madeira se aconchegam confortáveis num ambiente acolhedor em tons escuros. Nas prateleiras altas há objectos dispersos e curiosos que nos vão comunicando variadas memórias. Ao fundo, o bar avista-se encaixado numa outra sala onde o balcão convida a beber um dos cocktails da carta. Aconselhados, abraçámos o Bloody Mary com sorvete de wasabi e a Margarita de maracujá, deliciosamente cuidados e apresentados.
É nesta sala que nos damos conta que existe um pátio, uma aconchegante esplanada, um futuro bar, espaço para eventos e muito céu que irá vigiar as noites quentes de verão.

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O Boca Café mostra-nos uma carta simples, onde as escolhas partilham sabores nas diversas entradas e em duas escolhas principais da carta, o naco do mar (naco de rabilho dos Açores) ou o naco da terra (naco de Red Angus). Em companhia, três molhos à escolha e cinco guarnições intencionalmente elegidas.
Das várias entradas escolhemos as saladas adversas em seus contextos e ritmos. Salada Boca Café, preparada com coração de alface, alcaparras, anchovas e azeitonas galegas, pequenos apontamentos de parmesão, tudo bem envolvido em azeite. A salada Vietnamita com legumes vários de inspiração asiática, molho de soja e camarões salteados em óleo de sésamo tostado.
Seguido pela frescura das entradas, optámos pelo naco de rabilho, de tom menos avermelhado, natural da qualidade deste atum. Textura rica e sabor aveludado, os nacos são servidos em pedras mármore aquecidas, fazendo-se acompanhar por maionese de lima caseira e uma redução de vinagre balsâmico. Apesar das várias guarnições aliciantes, o puré de boletos selvagens com tomilho e o risotto de açafrão e lima foram os vencedores numa atracção de opostos deixando de parte as batatas partidas com salsa brava, os espargos verdes e a batata nova com trufa negra ralada e cebolinho, opções que encaixam na perfeição como acompanhamento do naco de Red Angus.

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As sobremesas caseiras como o créme bruleé com poejo, ou a Copa-Boca feita com mascarpone, frutos vermelhos e merengue arregalaram-nos os olhos, mas acabámos por nos render ao sabor do chocolate belga gelado com espuma de cacau e avelãs, em mimoso contraste a degustação do sorvete caseiro de manjericão e limão, super fresco e cremoso.
Boca Café é um projecto em início de carreira, rodeado de bom gosto, bem estruturado e envolto em crescentes projectos. Uma carta assumidamente assertiva nas suas opções e em escolhas bem-sucedidas.

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Mel Samelas

Sou daquelas pessoas muito nostálgicas, que associa cheiros, sabores, sensações, texturas e sons a qualquer época da minha vida, conseguindo viajar até lá nesse instante e permanecer durante uns bons minutos. Quando me transportam para a altura em que tinha 6 ou 7 anos, ainda mais nostálgica fico e encontram-me facilmente com um brilho nos olhos!

Adoro mel, como todos os dias, seja de que forma for! Nas papas de aveia, para acompanhar as panquecas, para adoçar bolos ou… Simplesmente mel, directamente do frasco. E sou assim desde pequena, desde que me deram a primeira colher, do mel que a minha avó tinha lá por casa… Era um mel caseiro, com uma consistência densa, de cor escura e brilhante. Com o passar dos anos, esse mel foi escasseando, até ao dia que desapareceu, o dia em que o “amigo da avó” faleceu. A partir daí nunca mais comi mel que chegasse aos calcanhares daquele, contentando-me com o mel que encontrava pelos supermercados e que, apesar de ser biológico, ficava sempre aquém do outro.
Já conformada de que nunca iria encontrar um mel tão bom, foi com um brilho nos olhos que fiquei quando tive a oportunidade de provar o mel de Samelas. Colhido na região montanhosa da Serra da Estrela, chega até nós num frasco simples, dando destaque àquela cor âmbar escuro que nos garante um aroma e sabor fortes. Assim o é, espesso e guloso, este mel é sem dúvida o melhor que comi nos últimos tempos e com certeza a companhia do meu pequeno-almoço nos próximos tempos.
Podem encomendar o vosso mel a qualquer altura, através do site www.samelas.pt. Espantem-se… Um frasquinho com este tesouro custa apenas 4,50€ e poderão encomendar ainda um pack que inclui um frasco de mel e uma colher de mel em madeira, indicada para servir mel denso, ficando o pack em 7€.

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Café Alentejo

Outrora uma estalagem Real, em meados do século XX uma taberna, e hoje, um restaurante com nome de Café, totalmente dedicado ao que o Alentejo tem de melhor.

O Café Alentejo encontra-se em Évora, mesmo à entrada da famosa Praça do Giraldo. A entrada faz-se por baixo de abóbadas que se prolongam restaurante adentro e definem a arquitectura do espaço. O balcão e as mesas em pedra, mantidos desde os seus tempos de taberna, juntamente com as paredes raiadas a vermelho e a restante decoração, resultam num ambiente moderno e cosmopolita.

Seja para almoçar, jantar, ou apenas saborear um copo de vinho regional, as portas estão abertas todos os dias, a todos os que queiram embarcar numa viagem gastronómica repleta de tradição.

Como não podia deixar de ser e, porque Alentejo rima com vinho, têm à sua disposição uma vasta colecção do melhor que a região tem para oferecer.

É, sem dúvida, a desculpa perfeita para visitar Évora e absorver o conceito caloroso que Rita Simão idealizou, que tem como filosofia a degustação de sabores.

Eu iniciei a minha com o adorado pãozinho alentejano, cujo perfume invade toda a mesa, queijo fresco de cabra com ervas e azeite, azeitonas, cogumelos em vinagrete, ovos mexidos com espargos e peixinhos da horta.

A frescura dos produtos regionais está presente em cada garfada… a qualidade destes petiscos aquece- nos a alma e reconforta-nos o espírito… acompanhados de um vinho branco Solar dos Lobos, à temperatura ideal, sinto-me em casa e já não penso em voltar…

Como prato principal partilhamos “A” Sopa de Peixe que é literalmente de comer e chorar por mais! Perguntamo-nos, como é possível algo tão simples ter tanto sabor? A resposta encontra-se nas ervas aromáticas que a compõem, com destaque para a hortelã da Ribeira, ex-líbris do património gastronómico Alentejano.

Para quem ainda conseguir, e acredite que vale a pena, prove o rabo de boi com puré de batata, de uma maciez indiscritível conferida pelas horas de confecção em vinho tinto.

Terminamos da melhor maneira, com uma sobremesa premiada a nível nacional: o pudim de queijo de Serpa com laranja. Esta delícia venceu o concurso de iguarias e vinhos do Tejo, que tem como objectivo conjugar sabores tradicionais com vinho. Confirmo que foi um prémio bem entregue!

Não sei quanto a vocês, mas eu estou ansiosa por regressar…

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